Oi gente ! Escrevo do ônibus, no meio de alguma estrada no coração do Brasil, ligando Goiânia a Rio Verde. Estamos indo para o segundo workshop da tour que estou fazendo com Timo Tolkki pelo Brasil.
A viagem teve inicio na sexta-feira, ultima, dia 20/11, quando saímos do Rio de Janeiro. Depois de dar mais um “até breve” as minhas pessoas, eu encontrei meu baterista, Bruno Agra, no lobby do Santos Dumont. Logico que eu levava mais bagagem do que eu tinha direito e graças sempre aos meus anjos da guarda do céu e da terra, e de uma bela e assessoria jurídica, acabou o embarque dando certo. O Timo jah estava na América do Sul há uma semana, aproximadamente (chegou junto do apagão, que deixou o pais no escuro), jah tendo levado o workshop a Colômbia e estava voltando de Buenos Aires. Combinamos de nos encontrarmos em Guarulhos, mas o avião veio da Argentina com atraso, pois a TAM estava com mil problemas operacionais nessa seman,a, devido ao seu novo sistema que custou milhões e basicamente não funciona 
A idéia era aproveitar os dias onde as datas chilenas do Timo foram canceladas e fazer uma festa de lançamento do nosso cd, “Age of Aquarius”, em são Paulo, aproveitando a presença do nosso baterista, o British gentleman, na nossa terra. Teriamos dois dias para ensaiar como os músicos que encontramos para fazer nosso set despretensioso. Tivemos o auxilio luxuoso de Fabrizio di Sarno (teclados, do Shaman) e Andria Busic, baixista do Dr.Sin e um cara que eu sempre admirei e cresci ouvindo. Depois de um ônibus até Congonhas, pegamos um taxi até a casa do meu irmão, onde largamos toda a nossa bagagem e partimos para o estúdio, comer, encontrar a banda e ver no que ia dar o som!
O primeiro ensaio rolou super bem, fiquei muito impressionado com a química imediata entre todos pe a velocidade e a dedicação que as pessoas tiveram com o som do Revolution Renaissance. 10 musicas não evidentes em 2 dias... O estúdio, no entanto (alô Pardal, do anthares !) não tinha um grande som de voz (leia-se gritei e não me ouvi até as 3 da manha!) e vi uma das maiores baratas na minha vida atrás das costas do Bruno!
O segundo ensaio foi no dia seguinte, num super estúdio chamado Nimbus. Muito bacana, mas os únicos amplificadores de guitarra que eles tinham eram Marshalls JCM 900. Eu gosto deles, mas o Timo jah destruiu três e se prontificou a destruir todos os outros que cruzassem seu caminho! Salvos por um cabeçote Fender q surgiu... Ensaiamos sem o Andria, mas tava tudo ok, embora seja humanamente impossível decorar tantas letras em tão pouco tempo (pra mim é!) e estava bolando meu tapete de letras para o dia seguinte. Sai do estúdio morto, e enquanto o Timo e Bruno foram pro Blackmore, eu fiquei na casa de Bitaca.
Domingo chegou e fomos de taxi resgatar o Timo no Formula 1. Almoçamos no shopping e passamos a tarde no Blackmore montando e passando som. Foi muito importante explicar que não era um show do Revolution Renaissance e que eram 3/5 da banda fazendo um som, descompromissado, com amigos.
Apesar da casa não estar cheia, a energia foi ótima, e as pessoas curtiram, assim como nos, que tocamos algumas dessas musicas que nos são tão caras, pela primeira vez em publico. A energia foi tamanha que eu passei o show tentando acertar garrafas no Bruno, tampinhas, e como grande atleta que sou, errei TODAS. MAS, quando ele tacou uma baqueta, eu taquei de volta, sem que ele visse; Nunca vi alguém com um galo tão grande na testa (o palco era pequeno, logo...) e graças a Deus, ele tem um senso de humor que eu não teria. Varias pessoas legais pintaram por lah, como Ivan Busic (valeu pelo banho de cerveja!), Ricardo Confessori (Angra) Chico Pleiades, velhos amigos, familiares (Fala Flavio!) e muita gente que curte a banda e tah sempre dando uma força no Orkut e na Internet. Depois do show ficamos trocando figurinhas, mas precisávamos descansar para a maratona que começartia na segunda-feira. Queria também lembrar da melhor risada que eu ouvi em muito tempo, que é o Eric De Haas, uma autêntica lenda viva do heavy metal, da Dynamo Records, que lançou “Age of Aquarius” e da Meteoro. Num meio onde há tanta gente escrota (principalmente por aqui...), é muito bom ter alguém, como dizem os paulistas, “ponta firme” ! O Bruno não vai acompanhar Timo e eu pela tour, pois volta para a Inglaterra essa semana e estamos já ansiosos para a gente começar os shows do Revolution Renaissance, depois desse “gostinho”.

Pra variar, sai da casa do meu irmão igual a um fugitivo; Mega atrasado, cheio de malas, descabelado... Peguei o Timo e fomos para Guarulhos. Lah encontramos nossos novos companheiros de estrada: o baterista Marcelo Moreira, do Almah, que é quem estah organizando a tour no Brasil, e o guitarrista mineiro Daniel Piquê, que estah abrindo as datas. Daniel não acreditou que eu não soh conhecia a sua cidade, que se chama São Sebastiao do Paraiso, como comi pão de queijo lah pela primeira vez!
Os anjos da guarda de plantão sempre. O Sistema da TAM não funcionava, e nos tínhamos MUITOS kg de excesso de bagagem. Nosso enorme prejuízo não foi computado e seguimos viagem rumo a Goiânia. Chegando lah, fomos recebidos pelo pessoal da loja Harmonia Musical, responsavel pelo evento (Alô Thiago e Gustavo!) A cidade tem quase 2 milhões de habitantes e é simpática, as pessoas tem uma vibe bacana e... tem alguma coisa na água por LaH, hahahaha
O evento seria na terça, e chegamos na segunda, para descansar um pouco. Comemos uma pizza e fomos dormir, falando dessa autêntica cruzada que estamos travando. Nunca houve um artista internacional que fizesse 17 datas pelo Brasil, incluindo cidades pequenas. Muito legal poder levar arte a quem não teria acesso à ela normalmente.
Dia do evento, fomos da churrascaria para a loja, que promovia o evento. São três lojas enormes, acho que soh em São Paulo vi algo parecido, realmente grande em termos de Brasil. O mais legal é que Goias é uma terra de musica caipira (não soh, mas é uma tradição) e passei a tarde (enquanto a chuva torrencial não passava e o apagão atrasado não acabava) tocando viola caipira. Me apaixonei pelo som do instrumento!
Fomos então para o Auditorio do CDL em Goiânia, uma estrutura super legal para o evento e encontramos os músicos q iam tocar conosco. Na verdade, em cada uma das cidades, a idéia é ter músicos locais tocando conosco, e tivemos o baixista e tecladista da banda Heaven’s Guardian; A idéia é uma Jam em cima de musicas do Timo, não fazer algo perfeito tecnicamente, mas divertido.
A primeira data é sempre onde vc faz ajustes, vê o que funciona e o que não, em termos de som, formato, interprete, RS... Mas, foi super legal, pessoas bacanas, o “Age of Aquarius” esgotou no primeiro dia e vamos pro hotel, pq amanha ônibus pra Rio Verde as 8.
É CLARO que perdemos o ônibus  O Timo descobriu que o iPhone se desligado não desperta... Eu estava as 7:30 no lobby, subi para bater na porta dele e ouvi um urso roncando no quarto... Desci até a recepção e consegui acorda-lo. Muita tralha para transportar e perdemos o bus por alguns minutos. Por sorte, conseguimos trocar as passagens e sair de Goiânia as 9 e estou numa mesma linha reta, no meio do verde... escrevendo esse texto há tempos. Beijos e abraços.